Bom, inicialmente, é
importante destacar que falar de ‘Beatles’
não é como falar de qualquer outra banda, simplesmente passando a impressão da
sonoridade, se gosto ou não gosto, se tal componente é virtuoso ou não, etc.
Acredito que pra quem é fã, trata-se de um assunto que é sempre tratado com
mais esmero, e inclusive evitado quando não se está conversando com outro (ou
outros) fã da banda, tendo em vista as especificidades das impressões que se
tem.
A impressão que tenho é que os
fãs de ‘Beatles’ são sempre tratados
como “alternativos” demais aos demais aficionados do Rock And Roll; afinal, como gostar de rock e ao mesmo tempo de uma banda que não possui o tempo todo riffs pesados e músicas pra bater
cabeça? (Aqui é importante ressaltar que eu mesmo faço essa análise com outras
bandas!)

Em verdade, acredito que toda
banda longeva sofre evoluções em sua obra; ocorre que, com os Beatles, a evolução se espalha por
diversas vertentes, e talvez isso seja o mais interessante da obra deles. E o
mais legal: se percebe em cada álbum a evolução técnica e intelectual dos
integrantes, nas mais diversas músicas, passando por cada fase, desde os pubs alemães até o retiro do Maharishi.
Por isso, acredito que ouvir ‘Beatles’ seja uma experiência diferente de qualquer outra dentro da música. Vale dizer: acredito que uma pessoa que não seja realmente fã da banda e que estabeleça como meta do seu dia “hoje vou ouvir Rock And Roll” não necessariamente se contente com a experiência de ouvir, por exemplo, o Revolver. Mas se essa mesma pessoa estabelecer como meta momentânea “Hoje vou ouvir Beatles”, entrará numa viagem intrigante sobre traços diferentes do Rock And Roll – o que se torna ainda mais intrigante ao pensar-se no momento histórico em que ela foi produzida, viagem esta que ADORARÁ ou ODIARÁ, sem meio termo.
Sendo assim, uma dica para os
que têm interesse em se aprofundar na obra da banda: assista oAnthology, antes mesmo de começar a
ouvir álbum por álbum. Conhecer tudo que envolveu a banda, desde sua formação
até seu término, certamente despertará o interesse em descobrir como as músicas
refletem e muitas vezes explicam o contexto histórico vivenciado por eles. A
partir daí, é um caminho sem volta!
Bruno Reis é advogado, formado na
PUC/MG, e músico, vocalista da banda OFFENCE.
Comentários
Postar um comentário