Completa-se
hoje 53 anos do lançamento de "Yellow Submarine" que saiu como lado B
do compacto com "Eleanor Rigby". Para celebrar a data e inaugurarmos
a sessão "Beatlelogismo" do nosso blog, vamos abordar um pouco da
atmosfera psicodélica da época, o crescimento do mercado cultural
infanto-juvenil e tudo que cercou a criação e gravação dessa faixa icônica do
álbum "Revolver".

Um resultado disso foi uma
nova apreciação da literatura infantil à época: Títulos de literatura
fantástica como “O Hobbit” de J.R.R. Tolkien, “As Crônicas de Nárnia: o leão, a
feiticeira e o guarda-roupa” de C.S. Lewis, contos de fada, rimas infantis e
poesias românticas como “Canções da inocência e da experiência”, de William
Blake. Além disso, é nesse período que animações como “Fantasia” da Disney e
séries de desenhos animados que se tornariam clássicos, como “Turma do
Manda-Chuva”, “Os Jetsons”, “Space Ghost”, “Os Flinstones” dentre outros,
surgiam como atrativos para o público infanto-juvenil.
John Lennon defende a
composição de Yellow Submarine como uma grande ruptura em relação ao que
esperavam dos Beatles naquele momento: “essa música fez com que fôssemos vistos
não somente como um grupo beat, mas como um grupo que faz música e está à
procura de novos sons”.
Segundo o escritor Steve Turner, a ideia de escrever uma canção infantil
partiu de Paul McCartney. Seu desenvolvimento levaria à história de um menino que ouve os contos de um velho marinheiro sobre suas aventuras na "terra dos submarinos" e decide navegar para tirar a prova. Após quebrarem o ciclo das canções de amor com o lançamento dos singles "Paperback Writer" e "Rain", era a vez de ousar novamente e criar uma canção infantil. O uso de palavras curtas na letra da música e a melodia simples tinham a clara intenção de atingir o público infantil e fazer com que crianças pudessem aprendê-la com rapidez e cantá-la. Essa simplicidade, é claro, contribuiu para que Yellow Submarine fosse eleita como a música de Ringo no Revolver.
partiu de Paul McCartney. Seu desenvolvimento levaria à história de um menino que ouve os contos de um velho marinheiro sobre suas aventuras na "terra dos submarinos" e decide navegar para tirar a prova. Após quebrarem o ciclo das canções de amor com o lançamento dos singles "Paperback Writer" e "Rain", era a vez de ousar novamente e criar uma canção infantil. O uso de palavras curtas na letra da música e a melodia simples tinham a clara intenção de atingir o público infantil e fazer com que crianças pudessem aprendê-la com rapidez e cantá-la. Essa simplicidade, é claro, contribuiu para que Yellow Submarine fosse eleita como a música de Ringo no Revolver.
Enquanto a escrevia, Paul
visitou o cantor Donovan em seu apartamento em Maida Vale. "Costumávamos
aparecer sem avisar na casa um do outro", lembra Donovan. Meu álbum
"Sunshine Superman" estava para sair e nós tocamos as nossas canções
mais recentes. Uma das que Paul tocou era sobre um submarino amarelo, mas ele
disse que ainda faltava um verso ou dois e perguntou se eu gostaria de
contribuir. Eu saí da sala e
voltei com 'Sky of blue and sea of green - In our yellow Submarine'. Não
era uma criação sensacional, mas Paul gostou o suficiente para usar na
gravação".
Sobre o processo de
gravação, conta Geoff Emerick, o engenheiro de som dos Beatles em Revolver, que
desde a primeira sessão, dirigida por ele, já que George Martin estava afastado
por uma forte gripe, a atmosfera de Yellow Submarine foi cercada por uma
alegria quase juvenil dos garotos. Essa alegria se seguiria até a sessão onde
os corais para a música foram gravados. Sobre essa sessão, em particular, Geoff
relembra que “um grupo barulhento começou a chegar, incluindo Mick Jagger e
Brian Jones, a namorada de Jagger, Marianne Faithfull e a esposa de George
Harrison, Patti. Phil e eu colocamos alguns microfones de ambiente pelo
estúdios, e eu decidi também dar a cada um deles um microfone de mão com um cabo
bem longo, para que pudessem se movimentar livremente.”
Todo aquele cenário
influenciado pela maconha era potencializado pela coleção inteira de
instrumentos de percussão da EMI e caixas de efeitos sonoros espalhadas pelo
estúdio, com pessoas pegando sinos, apitos e gongos. Para simular o som de
submarino submergindo, John pegou um canudo e começou a soprar bolhas em um
copo. Lennon, inspirado, quis levar as coisas a outro nível e sugeriu que o
gravassem cantando embaixo d’água. Após algumas tentativas de gravar com um
microfone submerso em uma garrafa, acabaram abandonando o resultado.

A canção foi lançada como
lado B de Eleanor Rigby em 05 de agosto de 1966, mesmo mês em que Revolver
chegou às lojas, e rapidamente se espalhou o rumor de que o submarino amarelo
seria uma referência velada a drogas. Em Nova York, comprimidos de Nembutal passaram
a ser chamados nas ruas de “submarinos amarelos”. Paul negou as alegações e
disse que o único submarino comestível que conhecia era um tipo de doce que
experimentara na Grécia, quando estava de férias. Era preciso embebê-lo em água
e por isso chamavam-no de “submarino”. “Eu sabia que as pessoas iam encontrar
conotações em ‘Yellow Submarine’”, diz ele, “mas era só uma canção infantil, de
verdade”.
Por Leko Soares
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