Beatleteca 06 - PAZ, AMOR E SGT. PEPPER (George Martin)



por Waldir Dinoá

Seguimos com nossa série especial onde comento sobre aquela que eu considero a biblioteca básica, em língua portuguesa, quando o assunto é Beatles.

Com vocês, os 22 livros, em português, indispensáveis na biblioteca de qualquer fã dos Beatles.

06/22 PAZ, AMOR E SGT. PEPPER - George Martin (2017) (216 págs)

Em 1992, a London Weekend Television produziu um documentário sobre o processo de criação do disco dos Beatles Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, em celebração aos 25 anos de lançamento daquele que é considerado o álbum mais importante da história do rock e da música popular.

O documentário serviu de modelo para boa parte da abordagem e técnica narrativa do famoso projeto Antologia (Anthology), que começaria a ver a luz do dia três anos depois. A Antologia dos Beatles se transformaria ela mesma em um padrão para centenas de documentários abrangendo o "making of", os bastidores, da criação de vários discos famosos.

Bem, dito isso, fica estabelecido o contexto em que surge o livro abordado no meu post de hoje. Em 1994, o produtor dos Beatles, tido por muitos (eu, inclusive) como o "quinto beatle", George Martin, editou o livro With a Little Help From My Friends - The Making of Sgt. Pepper's (176 págs), a versão em papel, letrinhas e fotos do documentário de 1992.


A versão tupiniquim do excelente livro de Martin chegou por aqui em 1994, batizado de Paz, Amor e Sgt. Pepper - Os Bastidores do Disco Mais Importante dos Beatles.
George Martin foi o produtor, mentor, diretor musical, arranjador dos Beatles e uma poderosa mente criativa, capaz de conseguir traduzir com perfeição muitas das ideias que emanavam dos rapazes como visões extremamente subjetivas em sons, música, concretamente falando.

Apesar de, com o tempo, os papeis se subvertessem um pouco, com Martin muitas vezes sentando ao lado dos Beatles na mesa de som, ouvindo mais que falando, agora em seu papel de tradutor mais até que de produtor, a atitude dos rapazes sempre foi a de respeito a um paizão, cheio de sabedoria, paciência e talento, claro.

Sessão de gravação do Sgt Peppers (1967)

Destaco, dentre tantos episódios interessantes, a noite em que Lennon, chapado de uma viagem de LSD (sem que Martin soubesse), passou mal no meio de uma gravação e o produtor, totalmente inocente, levou o beatle para o telhado do prédio a fim de tomar um pouco de ar. Paul e George ao descobrirem o perigo (e sabendo o que John havia tomado), correram escada acima para trazer Lennon e o insuspeitado produtor de volta para a segurança do interior do prédio.

George Martin, enquanto produtor de quase todas as músicas gravadas pelos Beatles, além de um gentleman, guardou, evidentemente muitas histórias fantásticas sobre o trabalho com a banda. Mas, várias delas estão aqui. Como no dia em que os Beatles chegaram aos estúdios e, em oito horas de trabalho, partiram de um esboço rudimentar de música até chegar em Lucy in The Sky With Diamonds, quase como a conhecemos hoje!


Ao longo da leitura, vemos como Martin admite que, em certo ponto da gravação do disco, todos estavam simplesmente PERDIDOS. Mesmo assim, o processo quase caótico, mas extremamente criativo, resultou, por exemplo, naquela que, segundo Martin é a faixa mais original e inventiva da música pop até hoje, Strawberry Fields Forever (que acabou sendo lançada como compacto e ficando de fora do LP).

Enfim, poderia passar horas falando sobre esse livro. Mas, tendo-me alongado mais do que o que devia, fico por aqui. Poucos livros sobre os Beatles podem garantir ao leitor uma experiência tão interessante e até transformadora, como esse do George Martin.


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