A vez em que a KKK ameaçou os Beatles pela declaração de John Lennon sobre Jesus Cristo


“Mais popular do que Jesus” foi parte de um comentário mais longo feito por John Lennon durante uma entrevista de 1966 na qual ele argumentou que o público era mais apaixonado pelos Beatles do que por Jesus, e que a música rock poderia durar mais que o Cristianismo. Suas opiniões não geraram polêmica quando publicadas originalmente no Reino Unido, mas quando foram republicadas nos Estados Unidos alguns meses depois, reações iradas explodiram nas comunidades cristãs. A citação completa foi:

O Cristianismo irá embora. Ele vai desaparecer e encolher. Não preciso discutir sobre isso; Estou certo e provarei que estou certo. Somos mais populares do que Jesus agora; Não sei o que vai primeiro - rock 'n' roll ou cristianismo. Jesus estava bem, mas seus discípulos eram grossos e comuns. São eles distorcendo (o cristianismo) que estragam isso para mim.

A declaração se origina de um artigo de março de 1966 escrita pela jornalista Maureen Cleave para o jornal londrino Evening Standard. Quando a Datebook, uma revista adolescente americana, citou os comentários de Lennon em julho, protestos extensos estouraram nos Estados Unidos, especialmente em todo o "Cinturão da Bíblia" que abrange estados do Sul dos EUA, como Georgia, Missouri, Arkansas, Mississipi etc. Algumas estações de rádio pararam de tocar canções dos Beatles, seus discos foram queimados publicamente, coletivas de imprensa foram canceladas e ameaças foram feitas. A polêmica coincidiu com a turnê do grupo pelos Estados Unidos em agosto de 1966, e Lennon e Brian Epstein tentaram acalmar a disputa em uma série de entrevistas coletivas. Alguns eventos turísticos foram interrompidos e intimidados, incluindo um piquete da Ku Klux Klan. A cobertura da imprensa de seu recém-lançado álbum Revolver também foi ofuscada pela polêmica.

Uma das "queimas de discos dos Beatles" promovidas em cidades
no Sul dos EUA

Em uma entrevista para um jornal local, um auto-proclamado membro da Klu Klux Klan devidamente 'embalado' como tal, deu a seguinte declaração: 

"...vimos em jornais que eles se colocaram "maiores que Jesus" e a Klu Klux Klan sendo uma ordem religiosa virá aqui na noite em que aparecerem no Coliseum e nós vamos demonstrar com formas diferentes e táticas para parar essa apresentação. A Klan virá aqui porque nós somos a única organização que dará um basta a estas declarações. Isso não é nada além de blasfêmia e nós vamos tentar parar isso com qualquer forma de terror que nós pudermos, mas isso vai parar. Nós somos uma organização terrorista conhecida e nós temos formas e meios de parar isso se esse for o caso.

Quais formas e meios? (pergunta o repórter)

Bem, eu não quero dizer, mas haverá muitas surpresas segunda à noite quando eles chegarem aqui. 

Declaração de um membro da KKK prometendo 'surpresas' para 
a apresentação dos Beatles 

E, no entanto, aqui estamos hoje. O KKK ainda está no noticiário e os Beatles também! Sugerimos mais foco nos Beatles e menos na KKK no futuro, ok?

Aproveitando o gancho, o Beatlelogias em parceria com o Sgt Folker e o Canal dos Beatles apresenta nessa quinta às 20h a live "Os Beatles e o Cancelamento" onde além desse fato, serão apresentados vários outros acontecimentos 'desagradáveis' em que os Beatles foram perseguidos e cancelados pela mídia ou por parcela da população. 

Assista no link abaixo: 



*traduzido do original: That Eric Alper e complementado por Leko Soares




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